A luz morde a pele de sombra e os cabelos
Lustrosos quebrados da cor sem razão.
E os seios pitingas, o ventre em rebojo,
as ancas que vão num remanso rolando
no tombo do banjo.
A luz tatuou a nudez de baunilha
do corpo que cheira a resinas selvagens.
Botou-lhe entre os beiços de polpa mangabas
um quarto de lua mordido sorrindo.
No rosto crioulo dois sóis de jarina
brilhando nos olhos.
E o sumo baboso espumoso, meloso, da fruta leitosa rachada
de boa!
A carne transpira... E o almíscar da\raça
é o cheiro ¨malino¨que sai da mulata.
O banjo faz solo no fim do banzeiro:
- lundus choradinhos batuques maxixes.
E os braços se agitam, se afligem batendo,
As coxas se apertam se alargam se roçam
Os pés criam asas voando pousando.
É o congo Luanda
Angola Moçambique
É o sangue zumbi
tentação do português.
As mãos vão palpando o balanço dos quartos,
Subindo pra nuca com os dedos fremindo,
Rolando o compasso no fim da cadência.
Não é candomblé não é ¨Santa Bárbara¨,
Nem banzo banzado bom carimbo bolinoso;
- bailado benguela d gente sem nome
Que agora machuca as ¨sinhora¨e os ¨sinhô¨.
Rodando ela faz o melexo de tudo
no tal peneirado das carnes macias...
Todinha canela em polvilho cheiroso,
folha seca de fumo enrolado no sol,
sua boca recende a acidez que amortece.
Seu corpo que é todo que nem pau d´Angola
Deve ter gostosuras de morte pedida
Depois de dançar...
E o branco sentindo xodó pela preta,
agüentando a mareta gemendo no fungo,
bem quer e não pode mas vai teimoso
se acabar no rebolo da bamba africana...
A luz morde a pele de sombra e os cabelos
lustrosos quebrados da cor sem razão.
Também se fartou de cheirar cumaru
nos bicos dos peitos da preta inhambu.
E o banjo endoidece tinindo nas cordas
tantans retezados.
O corpo viscoso se estorce nas pontas
dos pés maxixeiros.
A luz vai sumindo... E o banjo nos lembra
dos filhos do engenho, da escrava, da Isaura
tão dungo no dengo
que é dom desta raça catuba no samba.
E fica rolando no espaço escurinho
o cheiro aromoso, o sumo baboso,
da fruta leitosa rachada de boa!...
O BATUQUE DO CARIMBÓ
A inspiração da indumentária foi feita a partir da mistura de duas danças populares de origem africanas. Percebe-se vários elementos do carimbó como a saia rodada e do batuque, o turbante, mostrando a miscigenação do povo do Norte. As danças afro-brasileiras surgiram no Brasil na época colonial, foram trazidas pelos escravos africanos. Com a mistura dos povos desenvolve-se a identidade cultural brasileira.
O carimbó foi criado pelos índios Tupinambá. Quando os escravos africanos entraram em contato com a dança ela começou a vibrar como uma espécie de batuque africano.
O batuque Amazônico tem origem no candomblé africano. Ela é uma homenagem à cabloca Jurema. Começa com uma invocação à entidade cantada pelos componentes do grupo pedindo proteção para toda a Amazônia.
TEXTO E FOTOGRAFIA Natália Figueiredo, Thamyres Rodrigues
Lustrosos quebrados da cor sem razão.
E os seios pitingas, o ventre em rebojo,
as ancas que vão num remanso rolando
no tombo do banjo.
A luz tatuou a nudez de baunilha
do corpo que cheira a resinas selvagens.
Botou-lhe entre os beiços de polpa mangabas
um quarto de lua mordido sorrindo.
No rosto crioulo dois sóis de jarina
brilhando nos olhos.
E o sumo baboso espumoso, meloso, da fruta leitosa rachada
de boa!
A carne transpira... E o almíscar da\raça
é o cheiro ¨malino¨que sai da mulata.
O banjo faz solo no fim do banzeiro:
- lundus choradinhos batuques maxixes.
E os braços se agitam, se afligem batendo,
As coxas se apertam se alargam se roçam
Os pés criam asas voando pousando.
É o congo Luanda
Angola Moçambique
É o sangue zumbi
tentação do português.
As mãos vão palpando o balanço dos quartos,
Subindo pra nuca com os dedos fremindo,
Rolando o compasso no fim da cadência.
Não é candomblé não é ¨Santa Bárbara¨,
Nem banzo banzado bom carimbo bolinoso;
- bailado benguela d gente sem nome
Que agora machuca as ¨sinhora¨e os ¨sinhô¨.
Rodando ela faz o melexo de tudo
no tal peneirado das carnes macias...
Todinha canela em polvilho cheiroso,
folha seca de fumo enrolado no sol,
sua boca recende a acidez que amortece.
Seu corpo que é todo que nem pau d´Angola
Deve ter gostosuras de morte pedida
Depois de dançar...
E o branco sentindo xodó pela preta,
agüentando a mareta gemendo no fungo,
bem quer e não pode mas vai teimoso
se acabar no rebolo da bamba africana...
A luz morde a pele de sombra e os cabelos
lustrosos quebrados da cor sem razão.
Também se fartou de cheirar cumaru
nos bicos dos peitos da preta inhambu.
E o banjo endoidece tinindo nas cordas
tantans retezados.
O corpo viscoso se estorce nas pontas
dos pés maxixeiros.
A luz vai sumindo... E o banjo nos lembra
dos filhos do engenho, da escrava, da Isaura
tão dungo no dengo
que é dom desta raça catuba no samba.
E fica rolando no espaço escurinho
o cheiro aromoso, o sumo baboso,
da fruta leitosa rachada de boa!...
O BATUQUE DO CARIMBÓ
A inspiração da indumentária foi feita a partir da mistura de duas danças populares de origem africanas. Percebe-se vários elementos do carimbó como a saia rodada e do batuque, o turbante, mostrando a miscigenação do povo do Norte. As danças afro-brasileiras surgiram no Brasil na época colonial, foram trazidas pelos escravos africanos. Com a mistura dos povos desenvolve-se a identidade cultural brasileira.
O carimbó foi criado pelos índios Tupinambá. Quando os escravos africanos entraram em contato com a dança ela começou a vibrar como uma espécie de batuque africano.
O batuque Amazônico tem origem no candomblé africano. Ela é uma homenagem à cabloca Jurema. Começa com uma invocação à entidade cantada pelos componentes do grupo pedindo proteção para toda a Amazônia.
TEXTO E FOTOGRAFIA Natália Figueiredo, Thamyres Rodrigues
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