segunda-feira, 23 de abril de 2012

Uma estudante, por Mariana Muniz, Rony Ferreira e Verena Vieira



A semana de arte moderna que aconteceu em 1922 no Teatro Municipal de São Paulo foi um marco na história da arte brasileira. Inicialmente não foi bem recepcionada, uma vez que, artistas como Di Cavalcanti e Anita Malffati apresentaram uma arte que rompia totalmente com o ideal estético europeu do século XIX. Assim, a manifestação foi considerada futurista e desrespeitosa.

Anita Malfati, era filha de um engenheiro italiano e de uma artista americana, nasceu em São Paulo em 2 de dezembro 1889. Destra por nascimento tornou-se canhota por necessidade, já que um defeito congênito impossibilitou a formação completa de seu braço direito. Após se submeter a muitos treinamentos, dedicou-se intensamente à pintura. Formou-se professora aos 19 anos pela Mackenzie College, estudou na Alemanha e nos Estados Unidos, sendo influenciada pelo expressionismo, cubismo e futurismo.

Em suas obras, assim como em Uma estudante, objeto de nosso estudo, Anita retratava o estado psicológico dos seus modelos. O uso de certa deformação moderada, fugindo dos modelos clássicos, causou grande agitação na elite provinciana de São Paulo. Deste modo, a desbravadora artista, contribuiu para uma arte brasileira livre da mera repetição das fórmulas estéticas européias.

Inspirados por essa estética de assimetria e deformação empregamos a técnica do monstro para construir uma roupa que representasse a expressão da estudante cujo rosto sugere cansaço, assim como seus ombros caídos nos remetem a um esgotamento físico e mental.   As mangas da nossa camisa são caídas também por esse motivo. A fluidez dos tecidos lembra as pinceladas da obra cujos limites não são bem definidos. A calça é comprida e longa, pois quisemos retratar a idéia de que a pintura não tem um fim e também existe o conceito de derretimento. Podemos notar que as cores da pele da jovem se misturam com as cores iniciais da camisa. Os bolsos seriam uma alusão as olheiras da moça e quisemos evidenciá-los visto que é o traço mais marcante da pintura. Além disso, trocamos os botões comuns por botões em forma de olho, visto que a artista se deixava influenciar pelo conjuntura emocional de seus modelos e certamente nada revela mais emoções que o olhar. Utilizamos a cartela de cores identificadas na obra para a elaboração do traje, ou seja, o amarelo mostarda, roxo, azul, preto, branco e marrom.

Mariana Muniz, Rony Ferreira e Verena Vieira - 3MODM

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