sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Moda e movimento



Reginaldo Fonseca, fundador e diretor da Cia Paulista de Moda, esteve em Belém organizando o evento Pátio Belém Fashion Days. Este ano, o evento teve novo formato. Aberto ao público, mostrou as tendências para o verão 2013 com performance de dança e trilha com hits, como kuduro e tecnobrega. Foi nesse clima que Reginaldo concedeu entrevista especial para o Fazendo Moda.

Fazendo Moda: Há diferença entre nós e as demais regiões do país em relação à receptividade e comportamento de moda ?
Reginaldo:
Não vejo muita diferença, porque a moda é globalizada, a tendência é praticamente a mesma, mas os looks são diferentes em cada lugar. Aqui, as pessoas gostam do curto e dos tecidos mais leves. A proposta do verão: metalizados, lenços, Tropicalismo, funciona muito mais aqui porque vocês gostam de coisas mais alegres, dessa coisa de festa. Em dez anos o mercado de moda se profissionalizou, há curso de moda e a receptividade das pessoas é maior, elas são super calorosas.

Fazendo Moda: Qual a importância de mudar o formato do evento?
Reginaldo:
A democratização. As pessoas ainda dizem “é o shopping que dita moda”. Não existe mais isso, a moda não é mais uma ditadura. As marcas lançam suas tendências, e cada consumidor vai absorver as tendências de acordo com o seu perfil. Fizemos um evento com movimento, montando um grande palco na praça, arrumando os modelos em fila perto das pessoas, para que elas vissem os bastidores. Gosto de fazer coisas diferentes pois sinto que as pessoas estão cansadas daquela mesma coisa de vai e volta. Há eventos que eu levo banda, uso bailarinos...

Fazendo Moda: Você se vê como um cool hunter?
Reginaldo:
Exatamente, eu tenho que pensar! A Cia faz mais de 60 ações por ano com lugares e pessoas diferentes. Então, temos que ser facilitadores dessas informações e quando criamos essa grande brincadeira, fica leve. A moda é um mundo muito mágico e nós levamos para os eventos a sedução, o desejo, a expectativa e a informação. Fazemos algo conceitual, mas uma moda comercial. 

Fazendo Moda: Como estudantes, aprendemos a captar as tendências nos blogs, na televisão, nas ruas, onde há informação e pesquisa. A partir disso, fazemos um mural definindo o que é o que. Você trabalha dessa forma?
Reginaldo: Sim, passo o internacional para eles e eles o nacional para mim. Fazemos uma troca. São várias reuniões no início da temporada para decidir o caminho. Quando a equipe vai para as lojas, já está com um olhar apurado para o que queremos mostrar e o que vai vender.








TEXTO Camila Pontes e Rafaela Boff FOTOGRAFIA Camila Pontes EDIÇÃO Rosyane Rodrigues

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